style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Empreendedorismo quase sempre é associado por quem está ou é da iniciativa privada. Mas, nos últimos anos, as universidades públicas e privadas passaram a ser ambientes de inovação e de fomento a ideias criativas. Dessa forma, foi-se criando o que é chamado de "ecossistema" que, na prática, mescla a crescente integração das atividades de inovação e empreendedorismo à realidade acadêmica e organizacional de universidades.
Nesse sentido é que a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) figura, nos últimos três anos, no Ranking de Universidades Empreendedoras, estudo organizado pela Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior). O último resultado, divulgado nesta terça-feira, aponta que a UFSM está na nona posição nacional e, no Estado, ocupa o segundo lugar (atrás apenas da UFRGS).
A classificação leva em conta um total de 123 instituições avaliadas de todo o país. Nas edições anteriores, a UFSM ficou em oitavo lugar (2017) e 12º colocado (em 2018) e, agora, entrou entre as 10 melhores. Situação que é avaliada pelo reitor Paulo Burmann como positiva e um reconhecimento à instituição:
- É uma demonstração de compromisso da nossa universidade para com a sociedade.
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À frente da coleta de dados por parte da UFSM, a professora do curso de Administração Debora Bobsin atesta que os números e os resultados obtidos pela universidade são uma demonstração de avanço no quesito empreendedorismo. Mas, ressalva a educadora, se pode e se deve avançar ainda mais:
- Esse ranking e a posição da UFSM fortalece o movimento júnior como um espaço de aprendizado. O levantamento serve ainda como um ponto de onde se deve melhorar mais. Mas é claro que não deixa de ser um reconhecimento. Importante também dizer que se empreende nas mais variadas áreas.
NÚMEROS
A UFSM tem, ao todo, 26 empresas juniores (EJs) e iniciativas (que é quando ela ainda não existe juridicamente). Desse número, 18 delas são EJs que representam por um faturamento, neste ano, de R$ 462 mil referentes a 1,3 mil projetos. Já no ano passado, as EJs atingiram um faturamento de R$ 504 mil com mais de 1,8 mil projetos. Também em 2018 foram mais de 400 alunos diretamente envolvidos junto às empresas juniores.
A pesquisa, que durou seis meses e ouviu mais de 15 mil de pessoas da comunidade acadêmica de instituições de todo o país, considera seis pilares para escolher as melhores. No item infraestrutura (em que considera existência de incubadoras, parque tecnológico), a UFSM ficou em quinto lugar; em cultura empreendedora (disciplinas e ações voltadas à área) obteve a 44ª posição; em inovação (número de pesquisas, patentes registradas) conquistou o 15º lugar; extensão (22º); internacionalização (43º) e, por fim, em capital financeiro (50º).
Levantamento mede o quanto uma universidade alcança a sociedade
Com as empresas juniores (EJs) - que são associações civis sem fins lucrativos, formadas e geridas por estudantes de curso superior -, a UFSM faz da academia um laboratório experimental do que é a vivência empresarial, explica o reitor Burmann. Ou seja, é a antessala do que o formando e na condição de empreendedor encontrará no mercado de trabalho e, mais especificamente, no mundo real. A regra numa EJ é uma só, explica: fomentar o empreendedorismo desde a graduação.
- Temos a Agittec (Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia), a Incubadora Social, a Pulsar Incubadora e a Incubadora Tecnológica de Santa Maria (ITSM). Além disso, temos ações em parceria com o setor privado e a expressiva colocação de egressos no mercado de trabalho. Temos, ao menos, 120 empregos diretos gerados pelas 26 empresas incubadas hoje - destaca Burmann.
O diretor do Centro de Tecnologia (CT), Tiago Marchesan, destaca o número crescente de empresas juniores dentro da instituição e, em especial, dentro do CT, onde, lá, explica, existem sete empresas juniores e cinco grupos de competição acadêmica.
- O CT é uma unidade de projetos, de parcerias de pesquisa e de desenvolvimento para arrecadação de recursos junto às iniciativas pública e privada. O saldo invariavelmente é que, quem está no meio acadêmico, fica ligado aos problemas reais da sociedade. Em todo o ano passado, foram R$ 7 milhões assinados em contratos. O ganho é junto à qualidade de ensino e no fomento ao ensino e à pesquisa - avalia Marchesan.